Inventários Fonológicos Sul-americanos (SAPhon v2.1.0)

 
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Metodologia
Os inventários fonológicos de SAPhon foram compilados minando dados de publicações existentes ou de inventários inéditos de linguistas que trabalham nas línguas pertinentes. Apesar da aparente simpleza deste processo, há vários assuntos que podem gerar algumas complicações. Nosso objetivo aqui é descrever estas dificuldades e explicar como as confrontamos desde que algumas decisões implicam determinações que poderiam introduzir erros na base de dados. Queremos que aqueles especialistas que detectem erros na base de dados nos contatem para propor correções.

Primeiro, é possível que múltiples inventários fonológicos para a mesma língua fossem sugeridos em distintas publicações. Dado que na maioria dos casos não somos especialistas em uma língua particular, ou em uma família lingüística, é impossível que avaliemos diretamente a exatidão da análise conflitante, e temos que confiar em “proxies” para avaliar qual inventário deve ser mais exato. Alguns “proxies” fundamentais são: 1) o nível de treinamento linguístico do autor do inventário; 2) a clareza da evidência e argumentação apresentada em apoio do inventário; 3) a plausibilidade tipológica e a consistência do inventário com outros inventários de línguas relacionadas (se existem); e 4) a vigência da publicação. Obviamente, nenhum destes critérios é infalível, o que faz as contribuições de especialistas em uma língua em particular e as famílias linguísticas mais importantes.

Segundo, pode encontrar-se ambiguidades na maneira em que se descreve ou se analisa o inventário fonológico. Em alguns casos, por exemplo, o símbolo que representa um fonema e a prosa que descreve as características fonológicas do fonema podem ser inconsistentes desde a perspectiva de uso moderno, conhecido e internacional do símbolo em questão. Em outros casos raros, podem existir erros na argumentação fonológica que apoia um inventário determinado, o que sugeriria que alguns segmentos deveriam ser acrescentados ou removidos do inventário em questão.

É importante sublinhar que não intentamos criar inventários fonológicos para casos em que nunca se realizou nenhuma análise fonológica. Há línguas nas quais existem dados léxicos, por exemplo listas do século 19 com palavras recopiladas por naturistas, etnógrafos, missionários ou exploradores, mas todavia estas listas não estão incluídas na base de dados de SAPhon porque estas palavras não foram utilizadas em nenhuma análise fonológica. Na base de dados incluímos dados de trabalhos filológicos que propuseram inventários fonológicos.